Principais Motivos de Demissão por Justa Causa em um Ambiente Hospitalar
O ambiente hospitalar exige padrões elevados de conduta, profissionalismo e ética. A responsabilidade diária de cuidar da vida humana impõe não apenas competência técnica, mas também disciplina, postura e comprometimento.
Quando essas exigências são desrespeitadas, a instituição pode recorrer à demissão por justa causa, respaldada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Compreender os principais motivos que levam a esse tipo de desligamento é essencial para quem atua na área da saúde, pois algumas falhas, mesmo que pontuais, podem comprometer uma carreira inteira.
Condutas Inadequadas no Atendimento ao Paciente
A maneira como o profissional lida com os pacientes impacta diretamente na confiança da instituição. Posturas como grosseria, descaso, impaciência ou qualquer forma de agressividade verbal ou física representam violação ética grave. Em um hospital, a humanização no atendimento é mandatória.
Qualquer atitude que coloque em risco a integridade física ou emocional do paciente pode gerar a quebra imediata do vínculo de trabalho. Além do desligamento, o profissional ainda pode responder a processos disciplinares em conselhos de classe, como o COREN ou CRM.
Abandono do Posto de Trabalho
Deixar o posto de trabalho, principalmente em setores de emergência ou terapia intensiva, é uma infração extremamente grave. A ausência do profissional pode comprometer a continuidade do atendimento, expor pacientes a riscos e sobrecarregar a equipe.
Se o abandono for injustificado e persistente, configura uma violação contratual passível de demissão por justa causa. A responsabilidade de estar presente nos turnos designados é inegociável em qualquer unidade de saúde.
Uso Indevido de Medicamentos, Materiais ou Equipamentos
O uso não autorizado de medicamentos controlados, insumos ou equipamentos da instituição é classificado como improbidade. Além de ser crime, o desvio de materiais compromete a segurança da assistência prestada e enfraquece a gestão hospitalar.
Os controles rígidos de estoque visam garantir que os recursos estejam sempre disponíveis para quem realmente precisa. Qualquer tentativa de burlar esse sistema é considerada fraude, com consequências administrativas e legais.
Falsificação de Prontuários ou Documentos Médicos
A integridade das informações registradas em um hospital é um pilar de segurança do paciente. Alterações indevidas em prontuários, horários de medicação, assinaturas ou documentos internos comprometem a continuidade do cuidado e podem causar prejuízos irreparáveis à saúde do paciente.
Essa prática é enquadrada como ato de má-fé, prevista no artigo 482 da CLT. Mesmo quando a intenção não é dolosa, como em tentativas de “corrigir” um erro, o profissional pode ser responsabilizado.
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Agressões Físicas ou Verbais no Ambiente de Trabalho
Os hospitais são locais de alta pressão emocional, mas não há justificativa para comportamentos violentos entre colegas, superiores ou pacientes. Discussões, xingamentos ou ameaças representam riscos à harmonia da equipe e devem ser tratados com tolerância zero.
Quando há agressão física, além da demissão por justa causa, o profissional pode enfrentar processos cíveis ou criminais. A cultura de respeito mútuo é essencial para um ambiente seguro e eficiente.
Comparecimento ao Trabalho Sob Efeito de Álcool ou Drogas
A atuação segura em um ambiente hospitalar depende de atenção plena e reflexos apurados. A presença de álcool ou drogas no organismo durante o expediente coloca em risco a vida dos pacientes e compromete a credibilidade da equipe.
A embriaguez habitual ou eventual em serviço está expressamente prevista na CLT como causa para demissão imediata. Em instituições de saúde, qualquer sinal de alteração no comportamento pode levar à suspensão, testes toxicológicos e desligamento imediato.
Violação de Sigilo Profissional
Proteger a privacidade dos pacientes é obrigação legal e ética. Divulgar informações clínicas, fotos, vídeos ou detalhes do atendimento, mesmo em conversas informais ou redes sociais, caracteriza violação de sigilo.
A quebra desse princípio, especialmente em tempos de mídias digitais, é uma das causas que mais têm gerado demissões por justa causa. Além de comprometer a confiança da instituição, pode render processos judiciais por danos morais e infrações éticas.
Desrespeito às Normas de Segurança e Procedimentos
O descumprimento de protocolos hospitalares, como uso inadequado de EPIs, falhas na higienização ou descarte incorreto de materiais, coloca em risco pacientes e colegas. Essas normas não são meras formalidades, mas barreiras de proteção contra infecções e acidentes.
Reincidência em falhas de biossegurança, mesmo após advertências e treinamentos, demonstra negligência e falta de comprometimento, justificando a demissão por justa causa.
Insubordinação ou Falta de Respeito à Hierarquia
Ignorar ordens diretas, contestar decisões com desrespeito ou desobedecer protocolos estabelecidos pelas lideranças médicas ou de enfermagem representa insubordinação. Em um hospital, onde o trabalho é coordenado e muitas vezes urgente, a fluidez da comunicação é vital.
A autoridade técnica e administrativa deve ser respeitada para garantir a execução correta dos procedimentos. A recusa em cumprir funções ou atitudes de afronta podem levar à ruptura do vínculo empregatício.
Preservar a ética, respeitar as normas da instituição e manter o foco no bem-estar do paciente são atitudes que protegem a carreira e fortalecem a imagem profissional. O ambiente hospitalar exige mais do que competência: exige postura.
A justa causa, embora seja uma medida extrema, é aplicada quando há quebra clara da confiança entre o trabalhador e a instituição. Conhecer os limites e atuar dentro deles é o melhor caminho para uma trajetória sólida e respeitada na saúde.